domingo, 17 de abril de 2011

Fotografia e abstração, Weston e Stieglitz

Vamos abordar alguns aspectos sobre percepção de imagens na fotografia.
Iremos nos concetrar em trabalhos de dois fotógrafos: Alfred Stieglitz e Edward Henry Weston.
Alfred Stieglitz (1864 – 1946), fotógrafo americano, foi um dos principais promotores da arte fotográfica no início do Século XX.
Em 1922, iniciou uma de suas séries mais inusitadas: fez um ensaio sobre nuvens. Stielgitz iniciou este trabalho em 1922. Em crise com a doença de sua mãe e à beira de uma falência financeira, o fotógrafo decidiu dirigir seu olhar para o céu: “Resolvi fotografar nuvens para descobrir o que eu havia aprendido em quarenta anos como fotógrafo. Para mostrar que o sucesso de meu trabalho nada tinha a ver com o assunto fotografado. Nuvens estão lá para todos”
Durante mais de doze anos, ele faria centenas de fotos de nunvens. Hoje estas fotos  são reconhecidas como as primeiras fotos abstratas já feitas. Ele denominou este trabalho de “Equivalentes”, pois considerava que, ao observamos as nuvens, poderíamos projetar nelas nossos pensamentos, assim, em sua forma abstrata, as nuvens seriam  “equivalentes” aos sentimentos dos observadores.
Ao observar as formas das nuvens no céu você já vislumbrou formas de pessoas, animais, cenas inusitadas, imagens “equivalentes” à sua imaginação?
O fotógrafo justifica a sua escolha: “Resolvi fotografar nuvens para descobrir o que eu havia aprendido em quarenta anos como fotógrafo. Para mostrar que (o sucesso de) meu trabalho nada tinha a ver com o assunto fotografado. Nuvens estão lá para todos...”

Durante mais de doze anos ele faria centenas de fotos de nuvens. As fotografias de nuvens de Stieglitz são reconhecidas pela crítica como um trabalho pioneiro em fotografia abstrata.

 
    Stieglitz. Equivalents, 1930.
                          Stieglitz. Equivalents, 1930.                                          

Observe o vídeo disponível no youtube:

Edward Weston

Apesar do tamanho e complexidade de seu equipamento Weston dizia que montava a câmera no tripé, lentes e tudo, abria a lente, entrava embaixo do pano, via a cena de cabeça pra baixo, enquadrava, focava, fechava a lente (para não entrar luz na chapa a ser exposta) armava o disparador, colocava a abertura e velocidade de acordo com o fotômetro, retirava a chapinha para poder expor o filme, fazia a foto, repunha a chapinha, isso tudo em dois minutos e vinte segundos... (só vendo pra crer...)

Esta é uma fotografia de nu de autoria do fotógrafo Edward Weston, o mesmo tratamento de luz e forma é aplicado em uma fotografia de paisagem, veja abaixo:

                                           Weston. Nu, 1925.                                              

                                                         Weston. Dunas, Oceano, California, 1955

Weston realiza uma pesquisa sobre forma, luz, volume, gradação tonal em preto e branco. Observe atentamente a fotografia das Dunas. Você consegue identificar formas de um corpo feminino nesta imagem?
Weston também ficou famoso ao realizar uma série de fotografias de pimentões:

                                                  Edward Weston, Pimentão, 1930        

                                                   Edward Weston, Pimentão, 1930         

Observe atentamente estas duas imagens: as formas de Weston sugerem algo além de simples vegetais?
Explore as imagens dos dois fotógrafos na página:
Para informações mais detalhadas, vamos explorar o “Heilbrunn Timeline of Art History” disponível no site do Metropolitan Musem de Nova Iorque:
O “Timeline” é uma linha do tempo onde você pode buscar explicações detalhadas sobre períodos da história da arte, artistas e obras.
Para aprender um pouco mais sobre Stieglitz:
Para aprender um pouco mais sobre Weston:

ATIVIDADE PRÁTICA
Vamos exercitar nossos conhecimentos através de uma atividade prática?
FOTOGRAFIA DE UM PAPEL AMASSADO
Você irá precisar de: 2 folhas de papel a4, lanterna ou vela, material para desenho e câmera fotográfica.
Instruções
1.         Amassar a folha de papel
2. Iluminar com a fonte de luz (varie o ângulo da iluminação e perceba os resultados). Atenção: caso esteja utilizando vela, esta deverá estar apoiada no pires. Cuidado!
3. Escolha um ângulo interessante de iluminação e desenhe a folha de papel amassada, com sombras e detalhes do amassado.
4. Fotografar a folha de papel amassada, sem flash, utilizando somente sua fonte de luz, em vários ângulos. Lembre-se também de variar o direcionamento de sua fonte de luz. – perceba os diferentes efeitos sobre o papel amassado.  Caso tenha a opção macro em sua máquina (florzinha), poderá utilizá-la. Caso esteja utilizando uma máquina digital, escolha uma resolução alta para suas fotos.
5. Trazer para a próxima aula: duas fotografias do papel amassado e seu desenho. Você irá fazer uma breve apresentação, relatando os resultados desta experiência. Você continua vendo somente uma folha de papel amassado, ou consegue enxergar alguma outra coisa?

Um comentário:

  1. Fica claro diante das práticas de diversas correntes artísticas como a fotografia surge, geralmente, como elemento de base para uma renovação constante dos processos criativos e da sensibilidade estética das novas gerações. As discussões levantadas pela fotografia, são pertinentes e envolvem diversos outros parâmetros que se relacionam com as outras formas de arte “tradicionais”, embora apenas problematizadas com o seu advento e “inserção” no circuito artístico.

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